O autor brasileiro acusa o americano de ter baseado seu livro em grande parte no texto no livro que lançou após anos de pesquisa. O americano nega, mais isso fica para os advogados de ambos. O que me interessa mesmo é falar um pouco sobre esse extraordinário caçador de tesouros.
Percy Harrison Fawcett (1867 - 1925?), nascido em Devon, Inglaterra, entrou para o exército em 1886, sendo escalado para trabalhar no Ceilão, atual Sri Lanka, e posteriormente na África Meridional, onde aprendeu sobrevivência na selva. Ainda no exército, foi recrutado como agente secreto britânico, pertencente ao famoso MI6.
A primeira visita de Fawcett à América do Sul ocorreui em 1906, quando, a convite da Bolívia, viajou pela fronteira com Brasil, Peru e Paraguai para mapear a divisa entre as nações. Entre 1906 e 1924, Fawcett realizou sete expedições no continente, sempre atrás de uma cidade ou civilização perdida, que para alguns seria nada mais nada menos que Atlântida. O que levou o coronel a se aventurar pela Amazônia, ir lutar na primeira guerra mundial, e depois voltar para sumir na selva, foram dois fatores, entre outras coisas: o primeiro, uma estranha estatueta que ganhou de seu amigo, o escritor H. Rider Haggard, autor de As minas do Rei Salomão; a segunda, os escritos de Sir Richard Burton (Viagem aos Planaltos do Brasil), onde o autor cita um documento, chamado de Manuscrito 512, deixado por um bandeirante que indicava a existência de uma cidade, no interior do Brasil, cheia de ouro.
Em 1925, junto com seu filho mais velho, Jack Fawcett, organizou uma grande expedição em busca da cidade perdida, que ele havia passado a chamar de "Z" e que acreditava existir em algum lugar no estado do Mato Grosso, mais precisamente na Serra do Roncador. Antes de partir, ele deixou uma nota dizendo que, se desaparecesse, não era para ser feita nenhuma tentativa de resgatá-lo. Seu último contato com a civilização foi em maio, quando telegrafou para sua esposa. Juntamente com o filho e um amigo chamado Raleigh Rimmell, entraram na região do Alto Xingu e nunca mais retornaram.
Provavelmente foram mortos pelos índios, mas as explicações são diversas. Uns dizem que a causa foi porque se recusaram a dormir em uma oca que estava imunda, outros dizem que Fawcett teria se irritado com as crianças indígenas que mexeram em seus objetos. Enfim, ninguém tem qualquer prova real do que efetivamente ocorreu. Até hoje a área é praticamente inexplorada, e mais de cem aventureiros morreram tentando achar os desaparecidos. Três expedições de resgate sumiram na mesma região e, em 1996, os índios da tribo Kalapalo capturaram um grupo que procurava solucionar o mistério, que somente foi libertado após prometerem que desistiriam.
Que mistérios realmente guarda essa área inexplorada do Brasil? Existe realmente alguma cidade de ouro perdida? Não sei, só sei que o livro do americano deve chegar ao Brasil ainda este ano, traduzido e editado pela Cia. das Letras, e ao cinema assim que Brad Pitt, que comprou os direitos de filmagem, conseguir um diretor, pois o tupiniquim Fernando Meirelles não topou a proposta. Vai ver ele não quis se arriscar.
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