sábado, 15 de agosto de 2009

9mm: O Sorriso da Morte

Na onda das telesséries americanas que abordam o cotidiano de agentes policiais, foi lançada este ano "9mm São Paulo", no canal pago Fox - não se assuste, Nerd Leitor, não vou assumir a editoria de nosso amigo Baldo, é que a Geração Editorial lançou O Sorriso da Morte, de Ricardo Tiezzi, baseado na série.

O autor explora a psicologia e os dramas pessoais dos personagens de "9mm": o delegado da homícidio Dr. Eduardo Vilaverde, um Otelo moderno, segundo a visão do autor, os investigadores Pedro Paulo Pacheco, o 3ps, Tavares, Luisa e Horácio, o velho policial que não vacila em cruzar a tênue linha da moralidade, afinal, segundo ele, vale tudo para pegar o criminoso.

Desde a garotinha de cachinhos dourados de Hollywood, Shirley Temple, até a pequena Maísa, cuja figurino e caracterização baseam-se na antiga atriz mirim americana, as platéias do mundo todo aprenderam a adorar essas pequenas criaturas espertas, bonitas e sempre com respostas na ponta da língua. Porém quando elas crescem, ou viram pessoas com personalidade própria e seguem suas vidas, como a cantora Simony, ou vão para o esquecimento coletivo. Quem aqui lembra-se do personagem Ferrugem, ou das garotas do grupo As Patotinhas, dos anos 80? Alguns seguem calmamente para a vida privada, já outros, como Rafael Ilha, ex-Dominó, parecem ainda perseguir, ou serem perseguidos pelos holofotes, nem sempre pelos melhores motivos... Esse é o mote de Ricardo Tiezzi no livro: o assassinato de uma antiga atriz mirim, Aline Vega, que, incapaz de continuar ascendendo na carreira depois de sair da infância, acaba sendo assassinada um dia após participar de uma apresentação erótica, seguida de uma orgia, em um bordel de alto luxo de São Paulo.

Gabriel, um jovem fã que conseguiu entrar na boate para assistir ao último show de Aline após assaltar a carteira do pai e fumar alecrim (não, esqueçam, não façam isso em casa) para ver se dava barato, entrega-se no dia seguinte à polícia dizendo que era o assassino da ex-atriz. Além dele, outros suspeitos surgem: um juiz, um policial, um jornalista, a mãe da ex-atriz e seu amante, tornando a trama cheia de reviravoltas interessantes e surpreendentes. Mas, como prega a boa e velha Navalha de Occan, a teoria mais simples, costuma ser a mais certa.

Pois é, amigo Nerd, se você conseguem perceber a quebra do eterno paradigma de livro em primeiro lugar e filmagem logo depois, parabéns, você realmente é um nerd e tanto. Parece que o mercado editorial brasileiro não só anda bem aquecido como esperto, a ponto de pegar onda em produções brasileiras para a TV a cabo. Quem ganha, sem dúvida, é o leitor, pois Ricardo Tiezzi sabe construir e manter uma boa trama policial. Pode ser que alguém não goste das doses de sexo, violência e sarcasmo que ele distribui fartamente ao longo do livro, mas essas pessoas provavelmente não chegariam nem perto das séries policiais que são apresentadas atualmente nos canais abertos ou pagos, portanto não teriam interesse na obra.

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