quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Sapateiro, não vá além das sandálias!

Apeles, um pintor grego, estava pintando um retrato, um sapateiro viu a cena representada na tela e criticou o desenho das sandálias, o pintor acolheu a crítica e corrigiu a obra, cheio de si o sapateiro resolveu criticar o restante do quadro, e a expressão de Apeles: Sapateiro, não vá além das sandálias foi pronunciada e mais de mil anos depois ainda temos pessoas que nada tem a ver com o seu negócio opinando.

A última da vez foi uma professora, que cheia de si, quis ensinar a este cidadão que vos escreve como marcar preço em livro... e eu lá entro em contato com quem não conheço para dar opiniões que não me foram solicitadas? Me poupe! Não vou ensinar ela a dar aula, vou?

Última citação deste post, promento: Não existe ninguém mais arrogante do que um escravo recém-liberto (C.S. Lewis). Queiramos ou não, a tecnologia e sobretudo a internet, nos libertou, nos deu acesso a informações, muito mais rápido do que em qualquer outro momento da civilização, porém a que custo? Ao custo da arrogância e prepotência, ao custo de se ler meia linha e achar que se sabe tudo, como os jornalistas ("um oceano de conhecimento por um dedo de profundidade", ok, parei com as citações!!!). Nem tudo o que precisamos e devemos saber, ou gostaríamos de saber está na internet. Até está, a um click do mouse temos o Google, o pai de todas as respostas, o grande irmão travestido de oráculo, porém a internet aceita tudo, sem restrições, sem perguntas, sem questionamento.

Em uma das últimas revistas "Entre Livros" que comprei antes que a publicação deixasse de ser mensal, li na coluna do Umberto Eco o desespero dele com a informação fácil e rápida, mas de qualidade duvidosa, que os alunos dele encontravam na internet. Como bom professor ele não os impediu de usar tão valiosa ferramenta, pelo contrário, os ensinou a serem críticos com as notícias e matérias encontradas na rede. Um dos exercícios propostos por ele a sua classe foi dos alunos pesquisarem na internet uma informação e explicarem por que ela estava errada.

O que eu quero dizer com tudo isso: Arrogância e prepotência não levam a lugar nenhum, a não ser serem taxados de ridículos por quem sabe um pouquinho mais ou não teve preguiça de pesquisar corretamente uma informação.

Portanto, se forem criticar o preço fixado em um livro antigo, asseguren-se de algumas informações básicas, nem sempre disponíveis na internet, tais como: diferenças e peculiaridades da edição ofertada, particularidades das obras comparadas, algumas edições simplesmente não tem comparação pois são únicas. E por fim, não digam para um livreiro que ele está cobrando um livro muito caro se não tem interesse em avisá-lo quando ele está sendo estúpido em cobrar algum outro muito barato ;-)

Próximo post mais descontraído, prometo!!!!

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