Li bastante sobre o assunto, mas eis que hoje, folheando a Revista de Antropofagia, encontrei um editorial de 1928 (Ano I, nº 6) Escrito por Alcântara Machado, eis o que pensava ele a respeito dos "povos irmãos" naquela época:
"VACA
Os portugueses do Rio de Janeiro ofereceram ao ministro brasileiro das Relações Exteriores uma vasta placa de bronze. Quizeram com isso homenagear o homem que obrigou os membros de um congresso qualquer a ouvirem discursos no grego de Camões.
Mais uma vez o Brasil defedeu o que em Portugal chamam de patrimônio comum da raça. Defesa que cabia aos lusitanos. Mas não tendo mais fôrça nem autoridade para isso arranajaram advogado convencendo-o que tambêm tinha interesse na causa. De forma que não pagam honorários. Contentam-se em dar um presentinho de tempos em tempos.
Está tudo errado. A língua portuguesa não é patrimônio comum da raça. Primeiro por que não há raça mas raças. Segundo por que não há língua mas línguas.
O português diz que sim. Préga a unidade e tal. É a cousa de sempre: Quando estava de cima só gritava eu, agora que está por baixo faz questão do nós.
Essa união luso-brasileira é que nem aquela de Mutt e Jeff deante do cinema numa caricatura de J. Carlos:
- Vamos fazer uma vaca, Jeff?
- Vamos: você entra com dez tostões e eu entro com você.
Sem tirar nem pôr. "
O que diria Alcântara Machado hoje?!?!? Adoraria vê-lo conversando com Saramago...
P.S. A digitação seguiu a ortografia da época :-)
Mais uma vez o Brasil defedeu o que em Portugal chamam de patrimônio comum da raça. Defesa que cabia aos lusitanos. Mas não tendo mais fôrça nem autoridade para isso arranajaram advogado convencendo-o que tambêm tinha interesse na causa. De forma que não pagam honorários. Contentam-se em dar um presentinho de tempos em tempos.
Está tudo errado. A língua portuguesa não é patrimônio comum da raça. Primeiro por que não há raça mas raças. Segundo por que não há língua mas línguas.
O português diz que sim. Préga a unidade e tal. É a cousa de sempre: Quando estava de cima só gritava eu, agora que está por baixo faz questão do nós.
Essa união luso-brasileira é que nem aquela de Mutt e Jeff deante do cinema numa caricatura de J. Carlos:
- Vamos fazer uma vaca, Jeff?
- Vamos: você entra com dez tostões e eu entro com você.
Sem tirar nem pôr. "
O que diria Alcântara Machado hoje?!?!? Adoraria vê-lo conversando com Saramago...
P.S. A digitação seguiu a ortografia da época :-)
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