Uma vez li uma história narrada pela Zélia Gattai, autora de Anarquistas Graças a Deus e esposa do grande Jorge Amado. Ela estava em um quarto de hotel andando de um lado para o outro, e o marido, vendo a cena, perguntou o que havia de errado. Zélia disse que estava preocupada, pois estava escrevendo um novo romance no qual um casal de primos estava começando a gostar um do outro e que isso era errado, que ela não podia continuar com o rumo dessa história. Jorge Amado voltou-se para ela e mandou-a parar de se meter na vida dos outros, deixando os personagens andarem com suas próprias pernas. Se você está bem longe de ser um imortal da Academia Brasileira de Letras, mas tem alguma pretensão de escrever um livro, e seus personagens ainda não têm pernas para sair correndo contado histórias que estão presas dentro de você, este é seu novo livro de cabeceira: “Com escrever um livro: 100 perguntas e respostas”, de Ariel Rivadeneira.
Rivadeneira dá muitas dicas importantes para que você consiga chegar, com glórias, até o final de sua história, e mais: ensina até mesmo como registrar seus textos, como apresentar os originais para uma editora ou concurso. Não que o livro seja uma receita de bolo. Você ainda vai ter que dar muito sangue, suor e lágrimas até ver o seu trabalho pronto e, muito provavelmente, vai ter de chorar, suar e sangrar o dobro para vê-lo publicado. Mas, como diria Jack, o Estripador: vamos por partes.
Ler essa obra foi fantástico. Descobri que eu tinha 80 dúvidas das quais nunca tinha me dado conta! O autor dá diversas sugestões interessantes e bastante pertinentes para resolver problemas triviais como o famoso bloqueio da página (ou tela) em branco, escolha de títulos, nomes de personagens, e até mesmo exercícios para ajudar a encontrar novas histórias. Mas o conselho mais valioso mesmo é no quesito chatice. Acho incrível jovens com menos de dezoito anos que partem para sua segunda biografia, ou aqueles livros onde só na metade você começa a adivinhar sobre o que o autor está falando, tamanho o mergulho em assuntos que só ele conhece e que não faz questão alguma de introduzir ao leitor. Outras questões que não envolvem tanto a estrutura da história e os personagens são lembradas no livro, como a revisão dos textos e a pontuação da frase. A recordação de para que serve uma vírgula é realmente essencial, afinal ninguém quer ter o seu primeiro manuscrito confundido com uma lista de supermercado, não é mesmo?
Das maiores lições do livro, fico com a de que não existem bons escritores sem que antes eles tenham sido bons leitores. Ao ler, quer seja notícias de jornal ou o romance do momento, ficção ou biografia, enfim, qualquer texto, você aprende algo com aquilo. Você pode se fixar apenas na história e nos fatos que estão sendo narrados, mas alguém com vontade de ser escritor sabe dar valor a outras particularidades, como o modo com o qual o escritor descreve ações e personagens ou apresenta fatos. Ler também ajuda a enriquecer o vocabulário. Você não vai conseguir contar uma boa história se ficar trabalhando apenas com uma gama de palavras que usa no dia a dia. O texto ficará medíocre e certamente não será convidativo, dificilmente o leitor passara dos primeiros parágrafos.
Aproveitando o assunto, quero convidar a quem quer que tenha publicado um livro, mesmo que de forma independente – leia-se do próprio bolso –, e que queira ver seu trabalho comentado aqui no espaço HQ+Livros da e-Zone, para entrar em contato. Agora, se você ainda não teve a chance de sentir o cheiro do seu trabalho recém-saído da gráfica, mas escreve poesias, contos ou crônicas, envie o seu material. Quem sabe ele não é selecionado para ser publicado na revista bimestral da e-Zone, na parte literária? Não custa tentar, escreva para mim.
Rivadeneira dá muitas dicas importantes para que você consiga chegar, com glórias, até o final de sua história, e mais: ensina até mesmo como registrar seus textos, como apresentar os originais para uma editora ou concurso. Não que o livro seja uma receita de bolo. Você ainda vai ter que dar muito sangue, suor e lágrimas até ver o seu trabalho pronto e, muito provavelmente, vai ter de chorar, suar e sangrar o dobro para vê-lo publicado. Mas, como diria Jack, o Estripador: vamos por partes.
Ler essa obra foi fantástico. Descobri que eu tinha 80 dúvidas das quais nunca tinha me dado conta! O autor dá diversas sugestões interessantes e bastante pertinentes para resolver problemas triviais como o famoso bloqueio da página (ou tela) em branco, escolha de títulos, nomes de personagens, e até mesmo exercícios para ajudar a encontrar novas histórias. Mas o conselho mais valioso mesmo é no quesito chatice. Acho incrível jovens com menos de dezoito anos que partem para sua segunda biografia, ou aqueles livros onde só na metade você começa a adivinhar sobre o que o autor está falando, tamanho o mergulho em assuntos que só ele conhece e que não faz questão alguma de introduzir ao leitor. Outras questões que não envolvem tanto a estrutura da história e os personagens são lembradas no livro, como a revisão dos textos e a pontuação da frase. A recordação de para que serve uma vírgula é realmente essencial, afinal ninguém quer ter o seu primeiro manuscrito confundido com uma lista de supermercado, não é mesmo?
Das maiores lições do livro, fico com a de que não existem bons escritores sem que antes eles tenham sido bons leitores. Ao ler, quer seja notícias de jornal ou o romance do momento, ficção ou biografia, enfim, qualquer texto, você aprende algo com aquilo. Você pode se fixar apenas na história e nos fatos que estão sendo narrados, mas alguém com vontade de ser escritor sabe dar valor a outras particularidades, como o modo com o qual o escritor descreve ações e personagens ou apresenta fatos. Ler também ajuda a enriquecer o vocabulário. Você não vai conseguir contar uma boa história se ficar trabalhando apenas com uma gama de palavras que usa no dia a dia. O texto ficará medíocre e certamente não será convidativo, dificilmente o leitor passara dos primeiros parágrafos.
Aproveitando o assunto, quero convidar a quem quer que tenha publicado um livro, mesmo que de forma independente – leia-se do próprio bolso –, e que queira ver seu trabalho comentado aqui no espaço HQ+Livros da e-Zone, para entrar em contato. Agora, se você ainda não teve a chance de sentir o cheiro do seu trabalho recém-saído da gráfica, mas escreve poesias, contos ou crônicas, envie o seu material. Quem sabe ele não é selecionado para ser publicado na revista bimestral da e-Zone, na parte literária? Não custa tentar, escreva para mim.
Título: Como escrever um livro. 100 Perguntas e respostas
Autor: Ariel Rivadeneira
Editora: Ediouro
Páginas: 160
Valor: R$ 30,00
Este texto foi escrito para a e-Zone Online
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