
Rivadeneira dá muitas dicas importantes para que você consiga chegar, com glórias, até o final de sua história, e mais: ensina até mesmo como registrar seus textos, como apresentar os originais para uma editora ou concurso. Não que o livro seja uma receita de bolo. Você ainda vai ter que dar muito sangue, suor e lágrimas até ver o seu trabalho pronto e, muito provavelmente, vai ter de chorar, suar e sangrar o dobro para vê-lo publicado. Mas, como diria Jack, o Estripador: vamos por partes.
Ler essa obra foi fantástico. Descobri que eu tinha 80 dúvidas das quais nunca tinha me dado conta! O autor dá diversas sugestões interessantes e bastante pertinentes para resolver problemas triviais como o famoso bloqueio da página (ou tela) em branco, escolha de títulos, nomes de personagens, e até mesmo exercícios para ajudar a encontrar novas histórias. Mas o conselho mais valioso mesmo é no quesito chatice. Acho incrível jovens com menos de dezoito anos que partem para sua segunda biografia, ou aqueles livros onde só na metade você começa a adivinhar sobre o que o autor está falando, tamanho o mergulho em assuntos que só ele conhece e que não faz questão alguma de introduzir ao leitor. Outras questões que não envolvem tanto a estrutura da história e os personagens são lembradas no livro, como a revisão dos textos e a pontuação da frase. A recordação de para que serve uma vírgula é realmente essencial, afinal ninguém quer ter o seu primeiro manuscrito confundido com uma lista de supermercado, não é mesmo?
Das maiores lições do livro, fico com a de que não existem bons escritores sem que antes eles tenham sido bons leitores. Ao ler, quer seja notícias de jornal ou o romance do momento, ficção ou biografia, enfim, qualquer texto, você aprende algo com aquilo. Você pode se fixar apenas na história e nos fatos que estão sendo narrados, mas alguém com vontade de ser escritor sabe dar valor a outras particularidades, como o modo com o qual o escritor descreve ações e personagens ou apresenta fatos. Ler também ajuda a enriquecer o vocabulário. Você não vai conseguir contar uma boa história se ficar trabalhando apenas com uma gama de palavras que usa no dia a dia. O texto ficará medíocre e certamente não será convidativo, dificilmente o leitor passara dos primeiros parágrafos.
Aproveitando o assunto, quero convidar a quem quer que tenha publicado um livro, mesmo que de forma independente – leia-se do próprio bolso –, e que queira ver seu trabalho comentado aqui no espaço HQ+Livros da e-Zone, para entrar em contato. Agora, se você ainda não teve a chance de sentir o cheiro do seu trabalho recém-saído da gráfica, mas escreve poesias, contos ou crônicas, envie o seu material. Quem sabe ele não é selecionado para ser publicado na revista bimestral da e-Zone, na parte literária? Não custa tentar, escreva para mim.
Título: Como escrever um livro. 100 Perguntas e respostas
Autor: Ariel Rivadeneira
Editora: Ediouro
Páginas: 160
Valor: R$ 30,00
Este texto foi escrito para a e-Zone Online
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