Alguns são partidários de que o ser humano não possui livros, são os livros que os possuem durante um certo tempo. Depois eles passam para outros donos, outras mãos. As histórias, os ensinamentos, as emoções que um livro passa podem ser praticamente eternos se a obra for bem conservada. Uma vida humana diante de um livro é efêmera. Estou olhando agora para um livro publicado em Lisboa, em 1809. Quantas gerações passaram, quantos donos já foram enterrados, e ele continua inteiro, ainda tendo muita história para contar?
Mesmo assim, se você quer organizar a sua pequena ou grande biblioteca e deseja colocar sobre suas obras uma marca de posse, seja ao menos criativo e use um ex-libris!
Ex-libris significa "Dos livros de". Costumam ser pequenas etiquetas impressas que tenham algo a ver com o proprietário dos livros: uma caricatura, um monograma, um brasão de armas, um desenho, enfim, algo que identifique de alguma forma o possuidor daquela biblioteca.
Tecnicamente os ex-libris são classificados em quatro categorias:
1) Etiquetas: não trazem imagens além do nome do proprietário, muitas vezes acompanhado de ornamentos.
2) Armoriados ou heráldicos: quando o motivo principal do desenho consiste de brasões ou insígnias de indivíduos, cidades, associações etc. Ao lado o ex-libris de Sir Arthur Conan Doyle, escritor e pai de Sherlock Holmes.
3) Simbólicos: quando trazem imagens que traduzem idéias, lemas de vida, ocupações etc., que não tenham caráter heráldico. Como exemplo, o ex-libris do ator e diretor Charles Chaplin, acima.
4) Paisagísticos: quando reproduzem cenas rurais, urbanas, marinhas etc. ligadas afetivamente ao possuidor dos livros.
5) Mistos: Quando puderem ser enquadrados em alguma das categorias acima.
Eles são geralmente fixados na parte interna da primeira capa do livro.
Vamos lá, sejam criativos. Hoje em dia até seu personagem favorito, ou você, desenhado em estilo mangá, servem para identificar de uma maneira diferenciada os seus livros dos demais, e no final, quando você emprestar seus livros para seus colegas, duvido que eles não lembraram de devolver a obra quando virem sua marca nele.
Paulo Rezzutti
Sebo Bazar das Palavras
Um comentário:
Ótimo texto, Paulo. E ótima idéia, não sabia dos exlibris. Se bem que ando pensando em não emprestar mais nada da minha mini-biblioteca...
Abs!
Postar um comentário